Uma pitada de amor

Uma pitada de amor

Tudo estava pronto. Nós teríamos um jantar romântico à luz de velas e ao ar livre e eu cozinharia comidas portuguesas.

Faltava algumas horas para você chegar, então, resolvi terminar de preparar tudo, arrumei a mesa e as músicas, terminei de verificar os canapés e o arroz e fui tomar banho e me arrumar. Faltando vinte minutos para você chegar, fui ver os Canapés de Camarão e acabei derrubando-os no chão, comecei a ficar em pânico e tentei pegá-los, mas tudo foi para o lixo. Com todo esse transtorno, acabei deixando queimar o Arroz à Minhota e, para completar, deixei a garrafa de vinho do Porto cair. Então, corri desesperadamente para a despensa para achar algo para cozinhar no lugar.

Quando você chegou fomos direto para o jardim e lá já adiantei e disse que havia feito tudo com amor e carinho - estava quase rindo de tão nervoso que estava. Trouxe uma travessa cheia de macarrão instantâneo e uma jarra com suco de uva.

Você pergunto o porquê do nervosismo quanto à comida e ao suco e eu expliquei tudo. Então, sentamos e jantamos _ tomamos o suco na taça _ e depois conversamos e dançamos. No final de tudo você me disse que esse havia sido o melhor jantar que havia tido até aquele dia e que macarrão instantâneo era o melhor que já havia comido e que o suco era de uma ótimo safra, então, acabamos caindo na gargalhada; e você complementou dizendo "tudo só estava bom porque você fez de coração, não importando se era um prato requintado ou requentado, porque era feito com amor".